A ABNC (Associação Brasileira de Nozes e Castanhas) realizou no dia 29 de setembro o XI Encontro Brasileiro de Nozes e Castanhas. O evento aconteceu de forma híbrida, com a participação de palestrantes no Brasil, na sede da Fiesp, e de Portugal, da Associação Portugal Nuts, de forma remota.
Na abertura, o presidente da ABNC José Eduardo Mendes Camargo agradeceu a parceria com a Portugal Nuts, o apoio do DEAGRO da FIESP e o trabalho do Presidente do Conselho Estratégico de Marketing e Eventos, Maurílio Santos Jr, idealizador do evento. Também reforçou a importância dos associados que permitiram a criação da Associação, bem como o trabalho da Diretoria e das entidades parceiras.
O primeiro painel abordou a comercialização no mercado europeu entrando por Portugal. O Diretor Executivo da Portugal Nuts, Gonçalo Almeida Simões afirmou que o grande consumo mundial está na Europa, mas Portugal é apenas o quinto maior produtor de nozes e castanhas, logo, a parceria Brasil/Portugal pode aproximar os produtores locais desse mercado europeu. Simões aproveitou para falar sobre a Certificação exigida na Europa e relatou que Portugal não possui uma forte produção e comercialização de noz, em comparação com os outros países da Europa.
O segundo painel abordou a resposta das empresas ao ESG (Environmental Social Government). O primeiro a falar foi Davi Carvalho CEO do Grupo Vera Cruz, uma empresa produtora, transformadora e distribuidora de amêndoas em Portugal. Segundo ele, as certificações são fundamentais. . “A empresa brasileira que queira entrar para o mercado europeu, é de extrema importância possuir essas certificações, uma vez que são muito respeitadas pelo consumidor europeu. Certificações como a Global GAP, SPRING, LEAF, são vistas com bons olhos pelo consumidor, resultando em fidelidade e confiança do cliente.”
A Vera Cruz é responsável também pela criação da Vera Tech. Com o objetivo de buscar um projeto sustentável, agricultura regenerativa, minimizar os impactos de variáveis incontroláveis. A parceria com universidades tem a principal ideia de estar cada vez mais buscando novas tecnologias para serem implementadas. “É importante destacar que a Vera Cruz foi uma das primeiras produtoras de amêndoas a ter seus produtos rastreados.”
Andressa Piccin, Corporate Account ESG, da Agrosmart, voltada também para a tecnologia, discorreu sobre a realidade de quem trabalha com o agronegócio, ressaltando que para atender essa demanda de produção e consumo, é preciso aumentar 70% da produção de alimentos, 90% da tecnologia. Para tanto é fundamental trabalhar até a questão climática, com objetivo de ajudar no cultivo. “A mudança climática implica na variabilidade do produto. Aplicar a quantidade de água correta no tempo correto, aumenta os rendimentos da lavoura.”
Ela explica que com a criação de uma plataforma ESG, foi possível adotar as melhores práticas de produção, monitorar, reportar e verificar o progresso da organização frente aos seus objetivos. “Trazer a digitalização do processo, para podermos promover a integração de sistemas, equipes e processos de operações agrícolas. E o departamento de sustentabilidade, para trazermos essa questão da transparência e rastreabilidade de toda a produção.”
André de Luca, Diretor Executivo da Instituição Social AMIGOS DO BEM, também marcou presença e falou um pouco da Instituição e do trabalho social que é feito dentro do Brasil. “Atuamos no Nordeste com geração de renda e transformando a realidade de milhares de pessoas do nosso país que vivem em situações de extrema miséria e dificuldade. E é uma alegria sabermos que através da agricultura, trabalho social e junto com a cadeia de castanhas, temos conseguido transformar essa realidade e trazer dignidade para tantas pessoas”, ressaltou.
O terceiro painel trouxe para a discussão o futuro das nozes e as oportunidades entre Brasil e Portugal. Sebastião Lorena, Head de Vendas e Marketing da NOGAM, Grupo SOGEPOC em Portugal, explicou que o Grupo é familiar, com mais de 60 anos de experiência no setor agroindustrial.
A NOGAM começou efetivamente em 2016 o seu projeto, com a plantação dos primeiros hectares. Atualmente possui cerda de 785 hectares plantados, 615 de nozes e 170 de amêndoas. “Temos como missão sermos reconhecidos pelos produtores especialistas de nozes, porque é onde nos dedicamos mais e mais e investimos para haver um crescimento, fazendo tudo com um padrão de alta qualidade e de sustentabilidade.”
Luis Ravalhia, responsável pela área de Desenvolvimento e de Produtos dentro da Soleá Brasil, iniciou sua palestra chamando para uma reflexão sobre o uso de nozes e amêndoas como matéria-prima para outros produtos, visando expandir o mercado e a demanda. “Temos que olhar desde os sorvetes veganos até substitutos de lácteos, que é um mercado imenso e cresce com números assustadores. E os nossos produtos como as nozes, amêndoas, são excelentes matérias primas para entrar nesse ramo.” Disse Ravalhia sobre como expandir as vendas de nozes e castanhas.
Ele também deu destaque para o Projeto Soleum, que utiliza a Macaúba, uma palmeira que alcança até 25 metros de altura e pode ser encontrada em todo o Brasil, e que se justifica por conta da produtividade do óleo vegetal. “Nosso projeto consiste em estabelecer a plantação em áreas degradadas. Como a Macaúba é rústica, isso trará uma oportunidade de atrair novas culturas, animais, café. Por ela possuir raízes profundas, acaba acumulando água, isso permite que seja plantada em lugares mais secos.
Ricardo Pavan, CEO da LabraFlora, empresa pioneira na construção da cadeia de valor do Baru, foi o último a falar. Utilizou um vídeo para ilustrar a importância do Baru e todo o processo, desde a colheita das sementes na natureza por agricultores do cerrado brasileiro, até a sua compra em mercados espalhados pelo mundo.
Confira todos os detalhes no link – https://youtu.be/5UIqzKSqffA