Em busca de nutrientes e vitaminas que estimulam o bem estar e o sistema imunológico, consumidores brasileiros contam com várias opções de nozes e castanhas, produzidas no país, para compor uma dieta adequada para o período de pandemia.
Cacau, castanha de baru, castanha de caju, castanha do Pará, noz pecan, macadâmia e macaúba são os 7 tipos de nozes e castanhas produzidas em solo brasileiro, um mercado que teve incremento de consumo durante a pandemia em virtude da adoção de hábitos alimentares mais saudáveis por parte da população.
“Fato já comprovado através de diversos estudos brasileiros e internacionais, o consumo diário de pequenas porções de nozes e castanhas é suficiente para suprir ou complementar os nutrientes necessários para um organismo saudável e protegido”, relata José Eduardo Mendes de Camargo, presidente da Associação Brasileira de Nozes, Castanhas e Frutas Secas – ABNC, entidade representativa dos produtores. Para Camargo, o aumento do consumo das oleaginosas no Brasil deve manter-se após a pandemia, devido à praticidade e diversidade de uso proporcionados pelos frutos. “Além dos benefícios para a saúde, as nozes e castanhas são saborosas, fáceis de consumir e podem ser utilizadas in natura ou na composição de uma série de alimentos doces e salgados, enriquecendo e variando o cardápio do dia-a-dia. São superalimentos’”, completa Camargo.
Para se ter uma ideia do potencial nutricional das nozes e castanhas, podemos destacar as características da Macaúba, espécie nativa do Brasil que origina um fruto globoso, liso e de coloração marrom-amarelada quando maduro, que apresenta um sabor adocicado. Rica em glicerídeos, os benefícios da Macaúba para a saúde são inúmeros devido ao seu grande valor nutricional e concentração de Ômegas 3, 6 e 9 e vitaminas E e C, que atuam no fortalecimento do sistema imunológico e no combate ao envelhecimento, entre outros.
Outra potente aliada para uma alimentação saudável e equilibrada, a castanha-de-caju – através das suas vitaminas e sais minerais -, promove uma série de benefícios para o corpo humano, como a facilitação do transporte de oxigênio e nutrientes, a melhoria da saúde do coração e dos ossos, a redução do colesterol ruim e aumento do colesterol bom, além de melhorar o sistema imunológico e as funções neuromusculares, entre outros.
Originária do Nordeste brasileiro, a castanha-de-caju possui gorduras monoinsaturadas e poli-insaturadas, sais minerais essenciais – como cobre, cálcio, magnésio, ferro, fósforo, potássio e zinco -, e vitaminas C e do complexo B, E e K.
Considerada a “rainha das nozes”, por seu sabor suave e amanteigado, textura agradável e benefícios à saúde, a Macadâmia possui alto valor nutritivo e destaca-se pela versatilidade de uso, marcando presença em pães, doces, chocolates, sorvetes e tortas, além de substituir o leite animal no preparo de leites, iogurtes e queijos vegetais.
Descoberta nas florestas de Queensland, na Austrália, no final do século 19, a noz-macadâmia, possui um amplo histórico de estudos que comprova suas qualidades nutricionais e benefícios proporcionados, sendo seu grande diferencial, em relação às demais nozes, maiores quantidades de gorduras mono não saturadas com valores elevados dos Ômega 3,6,7 e 9 que auxiliam no controle do colesterol e triglicerídeos
Contando com fitoquímicos, fibras, proteínas e minerais, a Macadâmia também é rica em vitaminas do complexo B e fornece, com o consumo diário de 100 g do fruto, 100% dos níveis recomendados de tiamina, 21% dos de piridoxina, 15% dos de niacina e ácido pantotênico, 12% dos de riboflavina e 3% dos de ácido fólico. Além disso, é uma excelente fonte de minerais, sendo que a mesma quantidade diária supre em 180% as recomendações de manganês, 84% as de cobre, 46% as de ferro, 32,5% as de magnésio, 27% as de fósforo, 11% as de zinco, 8,5% as de cálcio, 8% as de potássio e 6,5% as de selênio.
Comprovações científicas
Em recente webinar promovida pela ABNC – Associação Brasileira de Nozes, Castanhas e Frutas Secas, que tratou dos “Benefícios de Nozes e Castanhas”, foram apresentadas pesquisas realizadas pela Profª Drª Nutricionista Barbara Cardoso que detectaram os efeitos benéficos da castanha brasileira orgânica junto a idosos com comprometimento cognitivo leve. Denominada “Castanhas e Doenças Crônicas: declínio cognitivo e doença hepática gordurosa não alcoólica”, a apresentação trouxe os resultados promissores obtidos entre grupos comparativos.
“O objetivo do nosso estudo piloto, com nove participantes, foi avaliar se o consumo diário de castanha do Brasil, durante 6 meses, era capaz de melhorar o desempenho cognitivo em idosos com declínio cognitivo leve”, explica a Drª Barbara Cardoso. “No início do estudo, observamos que todos eram deficientes em selênio sendo que, ao final, o grupo castanha recuperou essa deficiência, enquanto o grupo controle permaneceu deficiente do mineral”.
“O primeiro achado foi descobrir que o consumo de apenas uma castanha do Brasil por dia foi suficiente para recuperar o estado nutricional do selênio. Além disso, o grupo castanha melhorou significativamente o desempenho cognitivo em dois testes a que foi submetido: a fluência verbal e a praxia construtiva. Foram resultados surpreendentes pelo tempo de intervenção, considerado curto, que supriu a necessidade de selênio e gerou efeito benéfico na cognição”, finaliza a especialista.
Diversidade brasileira
Segundo o presidente da ABNC, a diversidade, qualificação e sustentabilidade da produção brasileira de castanhas e nozes são reconhecidas internacionalmente e as pesquisas científicas são ferramentas importantes para inserir esses frutos na dieta da população, aumentando seu consumo e formas de utilização.
“Dentre os objetivos da Associação, destaca-se a divulgação de estudos sobre as propriedades nutricionais das castanhas e nozes e seus respectivos impactos na saúde e qualidade de vida dos consumidores”, informa Camargo.
“O consumo de apenas 28 gramas de noz pecan representa 38% das necessidades diárias de cobre e, a castanha de baru, fornece de 476 a 560 Kcal a cada 100g consumidos diariamente. São dados significativos, que refletem a importância do cultivo dessas castanhas no Brasil e suas possibilidades para uma alimentação saudável e comprometida com um processo ecologicamente correto”, finaliza o presidente da entidade.
Saiba mais sobre as caraterísticas e benefícios das nozes e castanhas:
Fontes de consulta:
Macaúba:
www.portalmacauba.com.br
Castanha de caju:
Healthline, Organic Facts, Nutrition and You, MedlinePlus
Macadâmia:
Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal-SP, v 36, n 1 ,pg 39-45, 2014. O cultivo da Macadamia no Brasil – Pedro Luis Toledo Piza e Leonardo Massaharo Moriya.
Australian Macadamia Society – News Bulletin, Vol. 28, No 6, novembro/2001 – Macadâmia: A Noz Saudável – Ian MacConachie.
Australian Macadamia Society – Eating Macadamias to improve Health – www.australian-macadamias.org.
Noz Pecan:
ABNC
Castanha de Baru:
Ecycle