ABNC solicita apoio para inclusão de nozes e castanhas brasileiras em lista de isenção tarifária dos EUA

A Associação Brasileira de Nozes, Castanhas e Frutas Secas (ABNC) encaminhou ofícios a autoridades brasileiras e entidades do setor produtivo solicitando apoio para ampliar a lista de produtos beneficiados pela isenção tarifária dos Estados Unidos. Atualmente, o Anexo I do documento “Addressing Threats to the United States by the Government of Brazil” contempla apenas a castanha do Brasil com casca — medida considerada insuficiente pela entidade.

Segundo o vice-presidente da ABNC, Patrício Prado, o anexo foi elaborado com base apenas nos interesses norte-americanos, deixando de fora grande parte da produção nacional. “É prejudicial a qualquer setor brasileiro que não esteja incluído. A castanha do Brasil com casca representa muito pouco diante da diversidade e relevância das nossas nozes e castanhas”, afirmou.

Em ofício enviado à Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do MAPA (SCRI), a ABNC solicita a atuação diplomática do governo brasileiro para que os Estados Unidos incluam, na lista de exceções tarifárias, os seguintes produtos: castanha do Brasil sem casca, castanha de caju (com e sem casca), noz macadâmia (com e sem casca), noz-pecã (com e sem casca) e castanha de baru (com e sem casca), com suas respectivas classificações no sistema tarifário norte-americano (HTSUS).

A entidade destaca que essas culturas estão presentes em diversos biomas brasileiros — como Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pampas e Serra da Mantiqueira — e geram benefícios ambientais e sociais significativos. “São sistemas produtivos que preservam a cobertura vegetal, sequestram carbono, protegem o solo e a biodiversidade, além de promoverem renda sustentável a milhares de produtores e comunidades locais”, afirma Claiton Wallauer, presidente da ABNC.

A Associação também solicitou o apoio da ABRAFRUTAS para incluir as nozes e castanhas no conjunto de frutas que já integram o pleito da entidade junto ao governo norte-americano. “Acreditamos na habilidade negocial do Itamaraty, do MAPA, do MDIC e de todos os órgãos envolvidos para que o Brasil leve adiante esse pedido com firmeza e estratégia”, reforça Wallauer.

Para a ABNC, a inclusão dos produtos representa uma oportunidade concreta de mostrar como a produção agropecuária pode andar junto com a preservação ambiental e como países desenvolvidos podem contribuir, de forma efetiva e não apenas retórica, para a proteção das florestas tropicais e da biodiversidade global.

Translate »