Pesquisas recentes mostram que as nozes contêm menos calorias do que se acreditava anteriormente — e podem ser aliadas na luta contra a obesidade
A obesidade é uma preocupação global de saúde pública e também um desafio pessoal para milhões de pessoas. As estatísticas são alarmantes, afetando a saúde, o bem-estar e a economia mundial. Embora avanços farmacológicos estejam ajudando, os medicamentos atuais não estão isentos de riscos e efeitos colaterais. Assim, muitas pessoas continuam buscando soluções em mudanças de estilo de vida — e as nozes podem desempenhar um papel importante nesse processo.
Equilíbrio energético e peso corporal
Manter um peso saudável depende do equilíbrio entre a energia ingerida e a energia gasta. Quando ambas estão em harmonia, o peso corporal tende a permanecer estável.
A ingestão energética aumenta com a atividade física e varia conforme o tipo e a quantidade de alimentos consumidos.
Historicamente, acreditava-se que o aumento da ingestão calórica resultava, inevitavelmente, em ganho de peso. No entanto, estudos epidemiológicos têm mostrado um cenário diferente: pessoas que consomem nozes regularmente tendem a apresentar menor peso corporal e menor risco de obesidade quando comparadas a quem não as consome.
Essas evidências despertaram o interesse da comunidade científica para compreender os mecanismos por trás desse efeito positivo.
Saciedade e controle do apetite
A ingestão alimentar é influenciada por uma combinação de fatores biológicos, psicológicos e sociais.
Entre eles, destaca-se a saciedade — a sensação de plenitude após uma refeição. As nozes, por seu teor elevado de proteínas e fibras, promovem essa sensação de saciedade e ajudam no controle do apetite.
Além disso, as fibras das nozes aumentam o volume dos alimentos e reduzem a densidade calórica da dieta, contribuindo para o equilíbrio energético e a manutenção do peso.
Calorias: nem todas são absorvidas
Pesquisas recentes revelaram um dado surpreendente: nem todas as calorias das nozes são absorvidas pelo organismo.
Isso ocorre porque as células vegetais das nozes possuem paredes resistentes, que dificultam a liberação total dos nutrientes (proteínas, gorduras e carboidratos) durante a digestão.
As nozes contêm menos calorias do que se acreditava anteriormente
Com o apoio da indústria de nozes, pesquisadores desenvolveram um método pioneiro capaz de medir com precisão a energia realmente aproveitada pelo corpo humano a partir do consumo de nozes em dietas reais.
Os estudos realizados com pistache, amêndoas e castanha de caju mostraram que o valor energético efetivo das nozes é de 6% a 21% menor do que o calculado pelos antigos “fatores de Atwater”, usados desde o século XIX para estimar calorias.
Implicações práticas
Essas descobertas ajudam a explicar por que o consumo regular de nozes não está associado ao ganho de peso — e, em muitos casos, está vinculado à melhora do controle corporal e à redução do risco de obesidade.
Além disso, essa nova compreensão pode reduzir a barreira psicológica de quem evita nozes por medo das calorias, permitindo que mais pessoas aproveitem seus comprovados benefícios para a saúde.