Search
Close this search box.

Casal se une no cultivo e processamento da macadâmias

O sucesso do trabalho do casal foi tanto, que hoje a cidade de Dois Córregos é chamada de capital da macadâmia

 

José Eduardo Mendes Camargo e Maria Teresa Camargo têm uma história interessante com o agronegócio. Não só porque o casal trabalha no setor, plantando macadâmias na cidade de Dois Córregos, interior de São Paulo, como também porque foram os pais deles, que trabalhavam no campo, que os uniram.

“A gente tem uma longa história com o agro. Os nossos avós, tanto do meu lado quanto do dela, eram agropecuaristas, pois plantavam café e tinham gado. Já nossos pais – coincidentemente – cultivavam a cana-de-açúcar e produziam açúcar e álcool na usina. E nós, em busca de inovação, encontramos a macadâmia nessa terceira geração do agronegócio.” (José Eduardo)

O casal se conheceu em uma exposição de arte e, depois disso, nunca mais se separou. José Eduardo cursou Administração de Empresas e Maria Teresa se graduou em Tecnologia da Produção de Açúcar. Terminado os estudos, eles se casaram e foram morar em Dois Córregos, onde começaram a se apaixonar também pelas macadâmias.

“Depois da faculdade, comecei a trabalhar com o meu pai. Quando eu fui visitar uma usina no Havaí para conhecer uma tecnologia, vi uma plantação de macadâmias. Então eu falei para o meu pai: Olha, acho que tem uma alternativa muito boa para nós. Ele respondeu: ‘Se você quiser plantar macadâmias, plante, mas não tire os pés de cana’. Olhamos os morros, os pastos e as áreas que não tinham cana e começou a plantar ali.” (José Eduardo)

A escolha pela macadâmia se deu por vários motivos: rentabilidade, sustentabilidade e porque a noz é um alimento bastante saudável. No entanto, quando o casal começou, poucas pessoas apoiaram o negócio, já que a planta pode demorar até cinco anos para crescer. Mesmo assim, para Maria Teresa, essa demora na colheita se tornou um diferencial competitivo.

“Ter esse longo tempo para recuperar o investimento é uma barreira de entrada e, consequentemente, gera menos concorrência. Realmente é uma cultura que, se estabelecida, oferece um horizonte de rentabilidade muito interessante.” (Maria Teresa)

Atualmente, além do cultivo, José Eduardo e Maria Teresa fazem o processamento da macadâmia, tanto para a produção deles, quanto para outros produtores parceiros. Até o momento, 2 mil toneladas da noz já foram processadas pelo casal, que possui em torno de 400 hectares plantados. Esse processo se faz necessário pois é preciso tirar a primeira casca da noz, chamada de carpelo e, depois, retirar uma segunda casca que envolve a amêndoa.

“Quando a macadâmia é colhida, é preciso primeiro tirar o carpelo. Depois, ela vai sofrer o processo de secagem e quando tiver a umidade desejada, se retira a casca. No processo, há uma etapa de escolha: passa em seletores eletrônicos e depois pela escolha manual. Ela é embalada, se for in natura, ou pode ser coberta por chocolate, ser caramelizada etc. Aí vale tudo o que a imaginação quiser, pois a macadâmia é muito versátil.” (Maria Teresa)

O produto final dos fazendeiros é dedicado não só para o consumo interno, como também para a exportação, já que o mercado externo ainda é mais amplo que o nacional.

“Desde o início, que plantamos e começamos a produzir, montamos também a processadora e já iniciamos a exportação. Nossa empresa tem 30 anos, mas na época em que começamos, a macadâmia era pouco conhecida aqui no Brasil, então optamos por exportar, pois o mercado nos países mais desenvolvidos é bem amplo e ainda hoje tem campo para crescimento. Ao longo desse tempo, também trabalhamos firmes para o produto se tornar conhecido no Brasil e optamos pelo caminho de divulgá-lo através de outras empresas, que utilizam ele como ingrediente. Hoje nós temos pães com macadâmia e chocolates com macadâmia feitos por grandes empresas que também são nossas clientes.” (Maria Teresa)

Por conta da ideia do casal, que decidiu iniciar o cultivo da noz, a cidade de Dois Córregos ficou conhecida como a capital da macadâmia, motivo de muito orgulho para eles.

“Essa marca, para o município, é fruto de um trabalho que a gente fez, e sentir a comunidade nos abraçar dessa forma dá uma satisfação muito grande. Eu gosto muito da frase do Dom Helder Câmara, que diz: Quando a gente sonha sozinho, é apenas um sonho a mais. Se a gente sonhar juntos, é o início de uma nova realidade, e esse realmente foi um sonho coletivo.” (José Eduardo)

Para transitar com facilidade entre a cidade e a propriedade, o casal optou pela Chevrolet S10 High Country, veículo que oferece tração para produtores que atravessam os terrenos mais difíceis do campo, e conforto para José e Maria viajarem.

“A Chevrolet S10 é um multi utilitário que serve tanto para o trabalho, como para viagens. Ela é confortável e resistente para andar na lavoura, porque às vezes chove, tem barro e ela tem essa flexibilidade, porque a nossa vida é entre a cidade, o asfalto e a fazenda. Com essa facilidade de ser um carro híbrido, a gente pode tanto passar na terra, que é o nosso trabalho, como também na cidade, na hora do nosso lazer. É um utilitário utilizado 100% do tempo.” (José Eduardo)

É nítido que a satisfação de José Eduardo e Maria Teresa está não só no trabalho com a macadâmia, mas também no dia a dia do campo. O casal, que chegou a morar por um tempo em São Paulo, optou pela calmaria do interior e por um cultivo que era desafiador para a época. Mas eles viram oportunidades diante do desafio, seguiram em frente e, hoje, são referência no cultivo da noz.

“É uma realização você ver uma semente virar planta, uma planta virar árvore e depois disso virar alimento e contribuir para o planeta e para as pessoas. Dá uma sensação de gratificação muito grande. Isso nos moveu na direção da macadâmia.” (José Eduardo)

Fonte: G1
Foto : Bring Filmes

Translate »