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Como a indústria tem investido em automação e inteligência artificial

Automação e inteligência artificial na rotina da indústria já não podem ser consideradas realidades “do futuro”. Precisam ser o presente para todos os segmentos, como um dos pilares da Indústria 4.0. Segundo o Instituto de Desenvolvimento Corporativo do Brasil (IDC), a expectativa é que o país ultrapasse 1 bilhão de dólares de gastos com inteligência artificial em 2023 – 33% a mais que no ano anterior. Já os gastos com soluções de automação inteligente devem superar 214 milhões de dólares, um crescimento de 17% na comparação com 2022.

Embora o país esteja avançando sobre o tema, ainda é considerado emergente e precisa ter um caminho de evolução para alcançar o nível dos líderes mundiais, como Alemanha, Japão e Estados Unidos. De acordo com uma pesquisa realizada em 2023 pelo Salesforce, 91% das empresas do mundo desejam automatizar processos de negócios.

No Paraná, cada vez mais empresas investem na área e buscam profissionais qualificados. No entanto, há ainda desafios para esse desenvolvimento, como explica Vicente Gongora, coordenador de educação das Faculdades da Indústria, em Londrina.

“Apesar dos avanços, ainda há muito espaço para o crescimento da automação na indústria brasileira e paranaense. Muitas delas enfrentam desafios para adotar a automação, como a falta de mão de obra qualificada e o alto custo dos investimentos em tecnologia. A automação não deve ser vista como uma solução única para todos os problemas da indústria, mas como ferramenta que auxiliará no aumento da eficiência e na redução de custos”, explica Gongora.

 

Como complementa Anderson Paulo Ávila Santos, coordenador da graduação em Engenharia de Software e dos programas de Pós-Graduação em Inteligência Artificial e Machine Learning e Data Science e Big Data das Faculdades da Indústria em Londrina, a automação e o uso de inteligência artificial estão promovendo inovações em áreas essenciais para o desenvolvimento do país e para a vida das pessoas.

“A adoção dessas tecnologias tem o potencial de aperfeiçoar o diagnóstico e o tratamento de doenças, personalizar a educação e melhorar a eficiência energética. Esses avanços estão permitindo que o Brasil enfrente desafios socioeconômicos e ambientais, colaborando para o desenvolvimento sustentável do país e melhorando a qualidade de vida da população’, reforça o especialista.

Empresa é exemplo de IA e soluções inovadoras e inteligentes

A Bosch é uma indústria que considera a inteligência artificial como uma ferramenta estratégica para alavancar sua produtividade e competitividade. Também está consolidado pela indústria o reconhecimento de padrões via IA, uma vez que as soluções inteligentes podem utilizar um grande volume de dados para identificar tendências, tornar o processo de fabricação mais eficiente, reduzir falhas e retrabalhos e, consequentemente, os custos de produção.

“Um exemplo é que, com o uso da inteligência artificial, conseguimos reduzir significativamente o volume de falso rejeito no exame final de nossos produtos. Na área administrativa, também temos conseguido avanços significativos, como aplicações da IA no setor de planejamento e controle de estoques, que é um dos mais importantes da cadeia de suprimentos e representa boa parte dos investimentos do setor, impactando diretamente nos custos dos produtos”, conta Antonio Edson Pereira, gerente de Tecnologias da Bosch.

Os processos de fabricação da empresa têm se transformado constantemente com investimentos baseados em automação, inteligência artificial, conectividade, gerenciamento On-Time. Além de utilizar tecnologias disponíveis internamente e nas próprias operações e processos, a Bosch também fornece soluções de tecnologia para o mercado.

Para isso, a empresa investe em novos talentos e capacita sua equipe constantemente. “A Bosch tem buscado profissionais que gostem de inovar, de aprender, com capacidade de se adaptar a diferentes cenários e desafios. Existe uma alta demanda no mercado por profissionais qualificados na área de tecnologia, o que acaba gerando falta de mão de obra neste setor. Por isso, a empresa investe não só em tecnologias, mas também na capacitação de pessoas”, acrescenta o gestor.

Oportunidade para o futuro profissional

Quando se fala em inteligência artificial e automação, sempre há o receio sobre a substituição de trabalhadores por máquinas. Contudo, apesar do potencial de transformar alguns empregos, especialmente os que envolvem tarefas repetitivas e de baixa complexidade, é importante considerar que essas tecnologias também podem gerar novas oportunidades de trabalho e mudar as profissões existentes.

Podem contribuir para a criação de novos empregos em áreas como:

  • Desenvolvimento de software;
  • Análise de dados;
  • Robótica;
  • Engenharia de Sistemas.

 

“À medida em que as tarefas rotineiras são automatizadas, os profissionais têm a oportunidade de se concentrar em atividades de maior valor agregado e que exigem habilidades mais sofisticadas, como criatividade, pensamento crítico e habilidades interpessoais. Isso pode levar a uma maior satisfação no trabalho e a carreiras mais gratificantes”, analisa o professor Ávila.

 

Nesse cenário, o mercado de automação é bastante atrativo para jovens que estão em busca de uma profissão promissora ou para quem deseja mudar de área. Nas Faculdades da Indústria, o curso de graduação em Automação Industrial oferece uma formação multidisciplinar nas áreas de eletrônica, mecânica, computação e automação, por exemplo. Além disso, com as Jornadas de Aprendizagem, os alunos são expostos e preparados para enfrentar desafios reais da indústria desde o primeiro período do curso.

“Á área tem remunerações atrativas devido à elevada demanda por profissionais qualificados e a possibilidade de trabalhar com tecnologias inovadoras. Outro ponto importante é que há enormes espaços para empreender e criar, no próprio negócio ou na prestação de serviços especializados, e o profissional pode atuar em diversos países, uma vez que a indústria é globalizada e requer pessoas com habilidades técnicas e conhecimentos no mundo todo”, defende Gongora.

Setores que se destacam

Adotar automação e inteligência artificial exige planejamento e investimento em máquinas e profissionais qualificados para as funções relacionadas. Entre os setores que mais se destacam nessa adoção estão:

  • Automotivo: um dos pioneiros na adoção das tecnologias de IA e automação, com sistemas como visão computacional para inspeção de qualidade;
  • Eletrônico: tem investido em diversos sistemas para melhorar a velocidade de produção e a competitividade;
  • Indústria Farmacêutica: aplicações de IA para reduzir os tempos de desenvolvimento de novos medicamentos.

 

Profissionais que já atuam no mercado podem também se especializar ou se capacitar na área, a partir de cursos de especialização, pós-graduação e outras oportunidades de aprendizado.

As Faculdades da Indústria oferecem diversos cursos relacionados à inteligência artificial, automação e áreas afins. Além das graduações em Automação Industrial e Engenharia de Software, existem também especializações como Inteligência Artificial e Machine Learning, Data Science e Big Data, Eficiência Energética na Indústria, Gestão Industrial e Manufatura Enxuta e Produção e Manufatura Avançada. Com carga horária de 360 horas e aulas aos sábados, essas especializações possibilitam que o participante concilie os estudos com as atividades profissionais.

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